Alessandra Rehder

Fernando Soares

Os Absurdos Radiantes s&atilde;o filhos da combina&ccedil;&atilde;o das experi&ecirc;ncias pict&oacute;rico-tipogr&aacute;ficas de Claudio Rocha com os personagens absurdos urbanos de Jaime Prades. H&aacute; entre eles uma identidade que se interconecta por meio de uma linguagem l&uacute;dica, atrevida e informal. Surgem da constata&ccedil;&atilde;o de que nos prim&oacute;rdios da arte urbana dos anos 1980 os olhares privilegiavam texturas, imperfei&ccedil;&otilde;es, sujeiras e procuravam integrar-se ao contexto das ruas.
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Essa atitude, com um ar selvagem, despretensioso, est&aacute; no fundamento da ideia de criar um ambiente pr&oacute;prio e coerente com o territ&oacute;rio das NFTs. Esse espa&ccedil;o tangencia a cultura urbana e, de certa forma, se desdobra a partir dela. Da mesma maneira que o grafite carrega em seu DNA o imagin&aacute;rio dos quadrinhos e dos cartoons, os NFTs nascem POP e, para quem se atrever a ocupar espa&ccedil;os de conviv&ecirc;ncia abrangentes e populares, &eacute; uma excelente oportunidade para resgatar repert&oacute;rios l&uacute;dicos e irreverentes.
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Existe a percep&ccedil;&atilde;o de que o ambiente digital est&aacute; em processo de constante reinven&ccedil;&atilde;o, acompanhado necessariamente por uma evolu&ccedil;&atilde;o pl&aacute;stica, por uma linguagem inovadora. E esse &eacute; justamente o meio-ambiente onde surge a s&eacute;rie dos Absurdos, com personagens envolvidos por uma atmosfera on&iacute;rica. Nesse espa&ccedil;o, as pinturas de fundo, carimbadas com grafismos de letras insinuantes, trazem uma dimens&atilde;o quase cinematogr&aacute;fica. Eles s&atilde;o imprevis&iacute;veis, ador&aacute;veis e ser&atilde;o muitos.

SPARTE - Absurdo Radiante #1

SPARTE - Absurdo Radiante #2

SPARTE - Absurdo Radiante #3

Jardim de Epicuro I &eacute; um v&iacute;deo de um ciclo do software customizado JardimDeEpicuro aplicado em instala&ccedil;&otilde;es site-specific. Ele mostra vislumbres Dionis&iacute;acos da natureza atrav&eacute;s de um sublime universo num&eacute;rico &mdash; infinito, potencial, imagin&aacute;rio, multidimensional. Humanos e m&aacute;quinas atuam em simbiose. Emo&ccedil;&otilde;es capturadas atrav&eacute;s de um capacete neural fornecem dados que afetam processos algor&iacute;tmicos aut&ocirc;nomos em tempo real. No jardim virtual, emo&ccedil;&otilde;es como excitamento e frustra&ccedil;&atilde;o afetam os processos de crescimento e insemina&ccedil;&atilde;o criando uma obra cujos processos c&iacute;clicos acontecem sem jamais se repetir. Como as nuvens do c&eacute;u ou as ondas do mar eles s&atilde;o sempre os mesmos, e nunca os mesmos, pois se desenvolvem de modo diferente a cada ciclo. Flores de cores intensas e formas em movimento expressam, metaforicamente, as mudan&ccedil;as constantes dos processos vivos que acontecem nos jardins terrenos. Foi apresentada como instala&ccedil;&atilde;o site specific no Pa&ccedil;o das Artes, S&atilde;o Paulo, 2014 e no Centro de Arte Contempor&acirc;nea da UFSM, 2016&nbsp; (v1); no Planet&aacute;rio de Bras&iacute;lia, 2017 (v2); e no Museu Nacional da Rep&uacute;blica, em Bras&iacute;lia, 2018/19 (v3).