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Cabe&ccedil;as consiste numa s&eacute;rie composta por tr&ecirc;s v&iacute;deos nos quais a imagem da cabe&ccedil;a do pr&oacute;prio artista &eacute; objeto de diferentes eventos violentos (explos&atilde;o, derretimento, decapita&ccedil;&atilde;o). Tem o horror cinematogr&aacute;fico como campo de pesquisa e a no&ccedil;&atilde;o de &ldquo;terrir&rdquo;. Este conceito bastante brasileiro n&atilde;o procura produzir um balan&ccedil;o compensat&oacute;rio entre a ang&uacute;stia do horror e a descompress&atilde;o do riso. Em nossa latitude, n&atilde;o h&aacute; descompress&atilde;o poss&iacute;vel: &ldquo;terrir&rdquo; faz colidir esc&aacute;rnio, hedonismo e horror; viol&ecirc;ncia que zomba da precariedade de indiv&iacute;duos, do mundo material e social; riso nervoso que p&otilde;e as tripas para fora sob a inclemente luz tropical.

Mem&oacute;ria de muitos &eacute; uma narrativa &aacute;udio visual que tem como ponto de partida um sonho sonhado em tempos distintos, nos quais os mortos se levantam e compartilham com os vivos a expectativa de um mundo por vir.&nbsp;

O preto e o branco, a direita e a esquerda s&atilde;o &iacute;ndices das dicotomias ideol&oacute;gicas de uma civiliza&ccedil;&otilde;es agora distantes de mim, ao largo do meu circulo de extenso raio &mdash; o campo empoeirado mas seguro que constru&iacute; para mim, aproveitando-me da consci&ecirc;ncia de ser artista e de alquimias que o valham.&nbsp;
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Cansado de discursos que teimam em reafirmar bipolaridades, mas ainda assim ciente da contradi&ccedil;&atilde;o que tamb&eacute;m sou, tento lidar com os extremos opostos. E ao tocar o cerne dos meus pr&oacute;prios sentimentos mais obscuros e raivosos, tento me guiar pelos pensamentos, posto que os sentimentos j&aacute; n&atilde;o mais d&atilde;o conta da realidade.&nbsp;
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Se o Ponto Zero &eacute; uma condi&ccedil;&atilde;o de energia quase nula, &eacute; tamb&eacute;m nesse &laquo; estado estacion&aacute;rio &raquo; de um sistema onde qualquer e m&iacute;nima entropia alcan&ccedil;a seu &ecirc;xito. Logo, sair do estado neutro, d&oacute;cil e de senso comum, &eacute; justamente onde se imp&otilde;e a cria&ccedil;&atilde;o, onde a provoca&ccedil;&atilde;o da arte pode acontecer, ainda que para alguns soe apenas como desordem. Assim, paradoxalmente, vejo que &eacute; exatamente nessa letargia, nesse descampado frio, s&oacute;lido e aparentemente inf&eacute;rtil onde qualquer coisa nova ainda torna-se poss&iacute;vel. O zero n&atilde;o &eacute; o nulo absoluto, &eacute; o estado fundamental, prop&iacute;cio &agrave; cria&ccedil;&atilde;o.&nbsp;
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Norteado pelos meus pr&oacute;prios rituais, apenas manipulo e justaponho o que encontro no caminho, afim de produzir novos sentidos, para mim e para o que resta. Disperso elementos, depois os recolho, trago-os de volta. Crio c&iacute;rculos e elos, busco adicionar pontes entre os opostos, cuido de pedras como ovos a eclodir, afago o mineral como a um ente querido, me ponho dentro dele.&nbsp;

Em Automatic Writing X + Y de Gustavo von Ha, avista-se jatos de cores em profus&atilde;o de movimentos aleat&oacute;rios, como se vislumbrassemos jorros de nosso pr&oacute;prio inconsciente. O contato visual de nossos corpos ext&aacute;ticos a esses ritmos e rota&ccedil;&otilde;es contemplativos se aproxima a efeitos hipn&oacute;ticos. O artista tem lan&ccedil;adas outras obras pela Tropix.&nbsp;&nbsp;

A investiga&ccedil;&atilde;o de modelos generativos a partir de palavras e constru&ccedil;&otilde;es verbais me levou a considerar a gera&ccedil;&atilde;o de imagens realistas por&eacute;m imposs&iacute;veis. As pe&ccedil;as Mineral 1 e 2 fazem parte dessa investiga&ccedil;&atilde;o entre o aparentemente real e o sint&eacute;tico / imagin&aacute;rio no que tange os pr&oacute;prios elementos fundamentais da natureza.
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Sua obra lida com temas do Design Gr&aacute;fico/Comunica&ccedil;&atilde;o e da pintura. O artista se deixa contaminar por suas pesquisas em Design Gr&aacute;fico na faculdade e passa a assumir essa tem&aacute;tica como objeto de pesquisa em sua pintura.

Cunha, cunhado. O parentesco da palavra se resolve do outro lado da moeda. Temer, Temeritatem. Dois lados de uma s&oacute; moeda: a moeda do golpe no Brasil, contendo o rosto de seus dois principais conspiradores. Fazer girar cara ou coroa n&atilde;o diferencia o resultado extremo de um sistema de trocas que levou a fragata ao naufr&aacute;gio. Cabe a n&oacute;s recolher as moedas como pistas de uma hist&oacute;ria ainda por vir.

Em parceria com galerias, a exibi&ccedil;&atilde;o de obras lan&ccedil;adas em NFT pela Tropix para a edi&ccedil;&atilde;o da SP-Arte 2022 sinaliza que realmente chegamos a um novo tempo da arte.&nbsp;
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A prop&oacute;sito das condi&ccedil;&otilde;es offline espec&iacute;ficas de espa&ccedil;o e equipamentos de um stand de feira de arte contempor&acirc;nea, foram selecionadas proposi&ccedil;&otilde;es em NFT para esta mostra tamb&eacute;m online que prov&eacute;m diretamente do di&aacute;logo entre artistas, galerias que os representam comercialmente e a equipe de curadoria da Tropix.
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O conjunto exposto no site + stand com trabalhos tokenizados de artistas de distintas gera&ccedil;&otilde;es aponta em dire&ccedil;&atilde;o ao reconhecimento da cripto arte como o campo em potencial dos novos modos de prospec&ccedil;&atilde;o. S&atilde;o exibidas obras que atualizam um panorama voltado &agrave; pesquisa, ci&ecirc;ncia computacional e tecnologia nos mais diversos sentidos da realiza&ccedil;&atilde;o art&iacute;stica.&nbsp;
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&Eacute; percept&iacute;vel na sele&ccedil;&atilde;o uma certa teia de rela&ccedil;&otilde;es entre imagens em movimento de corpos, objetos, s&iacute;mbolos e elementos naturais deslocados de sua forma e lugar originais - face aos aspectos pol&iacute;ticos da vida social e urbana, alus&atilde;o a um contexto nacional bastante expl&iacute;cito.&nbsp;
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Sob perspectiva hist&oacute;rica que baliza tanto posicionamentos pioneiros de artistas atuantes nas &uacute;ltimas d&eacute;cadas, quanto a m&aacute;xima experimenta&ccedil;&atilde;o do conv&iacute;vio com a programa&ccedil;&atilde;o por parte de nativos da cultura digital - a exibi&ccedil;&atilde;o no site + stand faz ressaltar uma veia cr&iacute;tica de atemporalidades tem&aacute;ticas presentes nos trabalhos reunidos aqui e agora para a temporada de lan&ccedil;amentos em NFT da Tropix durante a SP-Arte 2022.&nbsp;

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